Sombras da memoria.

6 de julho de 2024

Nas sombras da memória, onde o tempo se desfaz em fios de saudade, encontro-me perdido. A dor da perda, como um punhal afiado, penetra fundo em meu peito, rasgando a esperança e deixando apenas um vazio gélido

As estações mudaram, mas o eco da sua risada ainda ressoa em meus ouvidos. 0 outono trouxe consigo folhas secas, que dançavam ao vento como lembranças desbotadas. O inverno, implacável, congelou os momentos que compartilhamos, transformando-os em cristais frágeis que se desfazem ao toque

A primavera, com suas flores coloridas, não traz alívio. Cada pétala é um lembrete do seu sorriso, e o perfume das rosas me sufoca. E agora, no verão escaldante, sinto o calor abrasador da sua ausência. O sol queima minha pele, mas não aquece meu coração solitário.

Talvez em outra vida, em algum universo paralelo, nossos destinos se cruzem novamente Talvez eu seja capaz de encontrar você em meio às estrelas, nos confins do tempo. Mas, por enquanto, sou apenas um náufrago à deriva, esperando pelas marés da eternidade.

E assim, na solidão das noites sem fim, escrevo cartas que nunca envio, guardo fotografias que me cortam como lâminas invisíveis e choro lágrimas que evaporam antes de tocar o chão Porque, afinal, sempre foi você. E mesmo que o mundo inteiro desabe, essa verdade permanece inabalável, como uma constelação no céu escuro da minha alma.

Que a próxima vida seja mais generosa, que os fios do destino se entrelacem de forma diferente, e que, quem sabe, possamos nos encontrar novamente. Até lá, eu espero, paciente e resignado, na penumbra da saudade. 

Eu nunca irei te esquecer G.L, obrigado por tanto.

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